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Estás aí?


Estás aí?
Quase toquei a tua mão outra vez...
Noctívaga e colorida...

Durante toda a noite
Estiveste ali, à minha frente
Inteira e sorridente
Como em tantos instantes
De paisagens que já foram...

Foi um sonho, eu sei!
Foi uma imagem de ti
Transportada para o meu mundo interior...
Espectro do desejo
Voz rompendo o silêncio
Do tempo que passou
Em que negando
Disse o contrário do que estava a sentir..

Mas a verdade...
A verdade...
É que durante todo esse tempo
Estiveste sempre em algum lugar de mim
Onde te guardei, preciosa e viva, em segredo
Como uma história plena de energia
E o sentir... aquele... mágico e sublime... que só tu conhecias
Esse, esteve sempre aqui...
Fui eu que, para sobreviver, fugi.

Fugi de mim mesmo
Quando não encontrei outro lugar para estar
Fugi e neguei-me assim
À musa bela e delirante
Numa confusa forma de lutar...

Metáfora atrás de metáfora
Deambulei e perdi
A agridoce ternura
Que bebia
Só por te saber aí.   

Embriagado da saudade do teu sorriso
Recordo a tua pele macia e clara
E os fios castanhos, escuros, sublimes de leveza
Enleados nas gotas da liberdade
Que sempre foram o fogo
De uma esperança que acalentava em mim. 

Nesta saudade me reinvento
E com sono, ondulante e lento,
Adormeço, pensativo,
Ao relento!

Desejo somente
Que sejas tu, o vento
Que quero abraçar um dia.
Um dia...


Pedro Barão de Campos.

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